quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Você é...

Você é os brinquedos que brincou, as gírias que usava, você é os nervos a flor da pele no vestibular, os segredos que guardou, você é sua praia preferida, Garopaba, Maresias, Ipanema, você é o renascido depois do acidente que escapou, aquele amor atordoado que viveu, a conversa séria que teve um dia com seu pai, você é o que você lembra.

Você é a saudade que sente da sua mãe, o sonho desfeito quase no altar, a infância que você recorda, a dor de não ter dado certo, de não ter falado na hora, você é aquilo que foi amputado no passado, a emoção de um trecho de livro, a cena de rua que lhe arrancou lágrimas, você é o que você chora.

Você é o abraço inesperado, a força dada para o amigo que precisa, você é o pelo do braço que eriça, a sensibilidade que grita, o carinho que permuta, você é as palavras ditas para ajudar, os gritos destrancados da garganta, os pedaços que junta, você é o orgasmo, a gargalhada, o beijo, você é o que você desnuda.

Você é a raiva de não ter alcançado, a impotência de não conseguir mudar, você é o desprezo pelo o que os outros mentem, o desapontamento com o governo, o ódio que tudo isso dá, você é aquele que rema, que cansado não desiste, você é a indignação com o lixo jogado do carro, a ardência da revolta, você é o que você queima.

Você é aquilo que reinvidica, o que consegue gerar através da sua verdade e da sua luta, você é os direitos que tem, os deveres que se obriga, você é a estrada por onde corre atrás, serpenteia, atalha, busca, você é o que você pleiteia.

Você não é só o que come e o que veste. Você é o que você requer, recruta, rabisca, traga, goza e lê. Você é o que ninguém vê.

Martha Medeiros

sábado, 10 de setembro de 2011

Contemporaneidade e mudança radical de suportes, espaços e pensamentos.





" Um desenho precisa saber flutuar.As formas tem direito de se expandir"

"O desenho é a base, o ponto de partida de qualquer trabalho plástico: uma linha, vista com volume, pode virar esculturas ou elementos sólidos.Uma linha tem infinitas linguagens. É um texto que cabe ao artista desenvolver. Está esperando ser transformada em leitura visual.O plano de fundo é só um suporte."
Antônio Lizárraga

Como lincar o que não conhecemos, julgando o que está sendo lhe apresentado conectando aos limites de nossas mentes?
Pensamos nisso construindo visualmente conexões limpas (primeira impressão) e com informações sendo-lhe apresentados a partir de pontos de vista que atinge e cruza com "o outro"...
As Imagens demonstram alguns artistas que de alguma forma marcaram e continuam marcando sua existência no mundo, mesmo ele não estando ali, mas se fazendo presente através de suas ideias.
Somos educados por imagens o tempo todo, pensamos através de imagens, imagens nos é apresentadas desde quando nascemos como forma de entendimento das coisas.Como forma de manipulação de nossas mentes, como palavras que não precisam ser ditas e um alerta para tudo isso.
São tantas imagens que, muitas vezes não percebemos mais o que construímos enquanto pensamento a cada minuto e o que nos é oferecido no campo visual do dia a dia.Há então um pensamento automático para com o novo...
Construímos ai um acesso a esse campo visual de pensamentos que foi lançado para cada ponto de vista, enquanto cada aluno segurava essa linha gerando uma conexão, esses pontos de vista não são perdidos, pois cada um merece a importância de estarem juntos para criar do individual ao coletivo, além das informações que as imagens enquanto "soltas nas mesas" nos passam como conexão de "pensamentos que extraímos", redesenhando assim o espaço.